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domingo, 5 de junho de 2016

A mulher no Culto e na Sociedade Yorubá


Na cultura Yorubá, a mulher é vista de diferentes maneiras: como mãe, esposa, filha, deusa e até bruxa.  Para os Yorubá, o maior valor dado a mulher é o de mãe, porque o povo Yorubá reverenciam as mães, que eles também chamam de Iyá nlá (grandes mães) ou de Ìyà àmi (nossas mães).

Acredita-se que as mães possuem poderes espirituais e divinos, elas são muito importantes na cultura Yorubá, porque delas, depende a continuidade da humanidade.

O papel da mulher Yorubá vai além do papel de mãe.  Ela atua ativamente nas atividades econômicas da família e o lugar social ocupado pela mulher Yorubá, sem dúvida, possibilita-lhe o exercício de um poder fundamental para a vida africana.
As mulheres se desenvolveram na cultura, na economia e até mesmo na administração de reinos Yorubá.  Elas ocupam postos importantes e fiscalizam o funcionamento do Estado.

Foi criada a Sociedade de Gelede, para honrar e homenagear as Grandes Mães.  Essa Sociedade demonstra o reconhecimento ao poder especial das mulheres e que pode ser usado para malefícios e para benefícios.
São poderes e força espiritual de vida, entre outros.  Essas poderosas mães precisam se acalmadas, homenageadas e agradadas.
Na cultura Yorubá, as mulheres sempre estão ligadas à Deusas Africanas, como Òsún, Yemojá, Oya, entre outras.  Todas são associadas às águas de alguma forma.
A água, na cultura Yorubá representa a indispensabilidade e a fonte de vida, exatamente como as mães são para os Yorubá.
As mulheres são indispensáveis para os Yorubá, elas são como a água.
A água é benevolente para a vida, mas pode também ser malevolente, causando enchentes e até tsunami.  Assim é o poder das mães, das mulheres.

A virtude que as mulheres têm de poder trazer filhos ao mundo, um fato maravilhoso e quase mágico, as aproxima do divino.  Em muitos povos antigos, esse fato era inexplicável, por isso as mulheres sempre foram vistas como possuidoras de certo poder especial.

Fala-se da famosa intuição feminina", mas, em todas as culturas há sempre uma tendência a transformá-la em "bruxa", no sentido de crer que tem poderes inatos para comunicar-se com forças além do alcance do entendimento do homem.  O mito da "bruxa" que voa na vassoura acompanhada por pássaros macabros é quase mundial.

Também temos a relação da fecundidade com o misterioso sangue menstrual, que é o marco  da passagem da menina numa mulher, daí em mais algum tempo, será considerada também uma Ìyàmì, aquela que a qualquer momento inchará o ventre, revelando que tem em seu interior a "cabaça da existência", o caminho pelo qual todos vêm do Òrun para o Àyé. 

Porém, percebe-se que o poder das Ìyàmì, representa o próprio poder criador, criativo, que para trazer o novo, precisa destruir o velho. É a própria ordem natural, o ciclo de vida e morte que é a síntese do poder feminino.  Representam os poderes místicos da mulher em seu duplo aspecto – protetor e generoso/perigoso e destrutivo.

Sem o poder feminino, sem o princípio de criação, não brotam plantas, os animais não se reproduzem, a humanidade não tem continuidade.  Assim, a mulher é o princípio da criação e preservação do mundo.  Sem a mulher não existe vida, e por esse motivo deve ser reverenciada e respeitada.  A mulher está diretamente ligada ao divino, serve como passagem e receptáculo do sagrado no mundo dos vivos, por gerar vida.  A mulher é vista como o útero fecundado, a cabaça que contém a vida, a responsável pela continuidade da espécie e pela sobrevivência da comunidade.

A mulher tem o poder da vida, pois todos são gerados no ventre feminino, todos nasceram de uma mulher, sendo fundamentalmente importante se curvar ante à poderosa mãe. Todas as mulheres e todas as Divindades femininas, principalmente Òsún, Yemojá, Oya e Nanã, possuem uma grande ligação com Ìyàmì.

O poder feminino também é falado no Odù Oseturá.  Ifá diz nesse Odù, que se não damos as honras e respeito às mulheres, elas tem a capacidade de destruir o mundo.
A vida da humanidade está no ventre de uma mulher.
Oseturá nos ensina que não devemos desprezar o valor das mulheres.  Todos os Òrìsà sabem do poder que Olódùmarè deu a Òsún, e por esse motivo devemos dar-lhe grande respeito.
 
No Odù Osá Meji,  Ifá diz  que todas as pessoas devem sempre 
respeitar as mulheres, pois a sabedoria do mundo pertence a elas.
 
O Odù Oyeku Meji  simboliza o principio feminino.  Quando Ejiogbe 
(principio masculino) e Oyeku deram à luz outros quatorze Odù 
principais.
 
No Odù Odi Meji, Ifá diz que nesse Odù nasceram os orgãos 
genitais feminino.

A figura feminina na Pré-História tinha um enorme peso nas sociedades de todo o mundo. Não eram sociedades matriarcais, e sim matricêntricas, pois a mulher não dominava, mas as sociedades eram centradas nela por causa da fertilidade.  Assim, pela sua inexplicável habilidade de procriar, as mulheres eram elevadas à categoria de divindades. 

Vestígios paleolíticos revelam que o feminino ocupava um lugar primordial, pois deste período foram encontradas estatuetas femininas, pinturas e objetos, que mostram que cultuavam a mulher como um ser sagrado.

A mulher no Egito possuía um status privilegiado em comparação as de outras civilizações antigas, dado pela igualdade entre os sexos como um fato natural, sendo comum aparecer claramente a visão feminina em alguns textos de Instruções de Sabedoria.  E quando casadas podiam intervir na gestão do patrimônio familiar.

 


Trabalho de pesquisa por :

Obàaláse Oluwo Ifásina Ifárunaola (Willer Almeida)

Erelú Iyá Òsún Funké, Iyanifá Fun Mi Lolá (Fatima Gilvaz)

- consultas a vários autores:
  . Wande Abimbola
  . Popoola
  . F. Fatunmbi
  . Willian Bascan

- Vários sites sobre o assunto
- site - webartigos


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2 comentários:

  1. Emocionei-me ao ler! Texto cheio de beleza, poesia, verdades ancestrais que nunca deveríamos esquecer, enquanto seres humanos. A nossa Mãe TERRA, PACHAMAMA, seria tratada de outra forma se não tivéssemos nos afastado dessa Lei Cósmica! Muita LUZ a quem postou e a todos que contribuiram para chegar ao meu conhecimento e deleite!

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    1. Àse ! Muito obrigada pelas palavras e elogios.
      Tanto a mulher, quanto a Mãe Terra, deveriam ser tratadas com mais respeito, afinal são a fonte de vida do Planeta ! Muita Luz pra você também!

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