ÀBÍKÚ
Se uma mulher, em país Yorubá
dá à luz uma série de crianças natimortas ou que morram em baixa idade, a
tradição é que reze, porque não se trata da vinda ao mundo de várias crianças,
mas de diversas aparições do mesmo ser (para eles, maléfico) chamado àbíkú
(nascido para morrer), que vem a terra por um breve momento e volta ao mundo dos
mortos, Òrun (o céu), várias vezes.
Ele passa assim seu tempo,
a ir e voltar do céu para a terra sem jamais permanecer aqui por muito tempo,
para grande desespero de seus pais, que desejam ter o filho vivo.
Encontramos informações a
respeito dos àbíkú em vários itans de Ifá. Esses itans mostram que os àbíkú formam
sociedades chamadas Egbé Òrun Àbíkú, presididas por Ìyájansà (mãe que bate e corre)
para os meninos e Olóìkó (chefe da reunião) para as meninas.
A primeira vez que os àbíkú
vieram para a terra foi na cidade de Awàiyé, e lá se encontra a floresta
sagrada dos àbíkú, onde os pais de àbíkú fazem oferendas para que eles fiquem
na terra.
Quando eles vem do céu para
a terra, os àbíkú passam os limites do céu diante do guardião da porta, Oníbodé
Òrun , seus companheiros vão com eles até o local onde se dizem até logo. Os que partem declaram o tempo que vão ficar
no mundo e o que farão. Prometem a seus companheiros que não ficarão ausentes
durante muito tempo, essas crianças apesar de todo os esforços de seus pais,
retornarão, para encontrar seus amigos no céu.
Os itans de ifá nos dizem
que podem ser feitas oferendas capazes de reter na terra esses àbíkú e de lhes
fazer esquecer suas promessas de volta, rompendo assim o ciclo de suas constantes
idas e vindas entre o céu e a terra.
As crianças àbíkú
devem, no sétimo dia a partir do nascimento, se forem meninas, ou no nono dia,
se forem meninos, e se for o caso de gêmeos, o dia será o oitavo, passar pelo
ritual de Ìkómojáde, quando recebem um nome específico que desestimule sua
volta ao Òrun.
Em um outro itan , fala-se
dos Saworòs, anéis com guizos, usados nos tornozelos das crianças
abikú, para afastar os companheiros que
tentam vir buscá-los na terra lembrando-lhes suas promessas.
Seus companheiros não
aceitam assim tão facilmente a falta de palavra dos àbíkú, retidos na terra pelas
oferendas, encantamentos e talismãs preparados pelos pais. Nem sempre essas precauções e oferendas são
suficientes para reter as crianças àbíkú sobre a terra. A Sociedades dos
Àbíkú, muitas vezes não permite que essas oferendas tenham efeito, colocando
tudo a perder. Nesse caso, os àbíkú são
atraídos à força para o céu. Os corpos
dos àbíkú que morrem assim, são freqüentemente mutilados. A fim de que percam seus atrativos e seus
companheiros no céu não queiram brincar com eles, maltratados desse modo, o
espírito àbíkú perde o desejo de vir a terra.
Até que a criança complete
nove anos, sempre próximo à data do seu aniversário, determinadas oferendas são
feitas e depois repetidas até que o àbíkú complete dezenove anos. A criança deverá usar roupas, enfeites e
cores específicas, seu nome deve ser mudado ou a ele acrescentado outro, de
forma que aconselhe ou suplique que permaneçam na terra. Guizos em quantidade devem ser presos a seus
brinquedos, roupas, tornozelos e pulso, pois o som dos guizos faz bem ao àbíkú
e afasta os amigos do Céu. São usados banhos
e chás, para pacificar a criança, e efún para acalmá-la. Também são usadas misturas de ervas com a
qual se protege a criança e se prepara um amuleto, que o àbíkú carregará por
toda a vida. O corpo da mãe também deve
ser protegido e esfregado com folhas, para que ela não atraia uma nova criança àbíkú.
A freqüência com que se
encontra, no país yorubá, nomes específicos àbíkú em adultos ou velhinhos que
gozam de boa saúde, estes são chamados àbíkú Agba, mostra que muitos àbíkú
ficam no mundo graças a todas essas precauções, a ação de Òrúnmìlà, e a
intervenção dos Bàbáláwo.
Quando um Babaláwo identifica o àbíkú em gestação, dá inicio
à uma série de rituais para que a criança "fique" no Aiyé, e não
retorne ao Òrun, caso contrário a criança "retornará precocemente".
Ele, o àbíkú, será sempre merecedor de um trato especial quanto aos rituais,
principalmente em casos de iniciação, onde, um Sacerdote despreparado poderá
causar sua morte.
Não pode-se afirmar até que idade identificamos um àbíkú. O que é necessário é que se identifique o mais
precocemente possível, para que haja tempo de se precaver com os devidos rituais.
Senão Ikú cumprirá seu trabalho. Mas, quando o fato da criança vir e voltar ao
Òrun, repete-se constantemente, e é identificada uma nova gravidez, a família
já toma providências de imediato.
Existem 4 tipos de Àbíkú:
Àbíkú Inòn: São
àbíkú do fogo, extremamente violentos “comendo a cabeça de sua mãe ao nascer”.
É um dos mais difíceis de ser tratados, geralmente apresentam uma depressão que
quando não tratada se torna irreversível.
Àbíkú Omi: Este é o àbíkú, que nasce de 6, 7 ou 8 meses de
gestação , explodindo a bolsa d ‘agua de sua mãe. Morre precocemente. São mais ligados aos avós do que seus
próprios pais, geralmente seu retorno se dá entre 3 e 5 anos , na maioria das
vezes por afogamento, tuberculose, desidratação ou cólera.
Àbíkú àiyé : Este, segundo as tradições Yorubá é o àbíkú da terra,
é o mais usado na comunicação entre os sacerdotes e parentes com os outros àbíkú
,que constantemente o chamam de volta. Nasce,
geralmente, por cesariana de emergência ou parto normal complicado. São nervosos com tendências neuróticas. Seu retorno se dá através de queda de
alturas, doenças cúltaneas e órgãos digestivos ,entre os 4 e 8 anos.
Abiku fééfé : São
àbíkú do vento com características especiais no seu meio de convívio, sempre se
destaca em qualquer ambiente. Seu
nascimento é inesperado e não planejado.
É fácil de lidar e manter sua instabilidade emocional, aproveita bem as
delicias da vida, e devido a sua relação com Èsù e Oyá pode ser
salvo na hora de seu retorno.
Itans de ifá falam
que oferendas feitas com conhecimento de causa são capazes de reter no mundo
esses àbíkú e de lhes fazer esquecer suas promessas de volta, rompendo assim o
ciclo de suas idas e vindas constantes entre o céu e a terra, porque, uma vez
que o tempo marcado para a volta já tenha passado, seus companheiros perdem o
poder sobre eles.
Em país Yorubá, os pais, para proteger seus filhos àbíkú e tentar retê-los no mundo, podem se dedicar a certas práticas, tais como fazer pequenas incisões nas juntas da criança e ali esfregar atin (um pó feito com favas e ervas e rezas e magias) ou ainda amarrar à cintura da criança um ondè (talismã feito desse mesmo pó, colocado num saquinho de couro).
Em país Yorubá, os pais, para proteger seus filhos àbíkú e tentar retê-los no mundo, podem se dedicar a certas práticas, tais como fazer pequenas incisões nas juntas da criança e ali esfregar atin (um pó feito com favas e ervas e rezas e magias) ou ainda amarrar à cintura da criança um ondè (talismã feito desse mesmo pó, colocado num saquinho de couro).
Nos dias de hoje,
quando morre uma criança ainda muito nova, há muita possibilidade de ser um àbíkú
que está voltando ao "céu", bem como persiste a probabilidade de
voltar em um próximo filho, ainda na mesma geração ou na próxima; quando uma
criança fica muito doente e corre risco de vida, pode averiguar na família se
já houve caso de aborto ou morte prematura, isso é bem provável.
O aborto é uma
situação que transcende a ingerência das pessoas, pois é algo ligado
diretamente à interrupção da natureza, e consequentemente do Criador, esse ato
pode escapar da lei dos homens, mas não à lei Divina. Este é o porque de nenhuma
religião na terra apoiar ou permitir o aborto.
Trabalho de pesquisa a vários
autores:
- Willian Bascon
- Wande Abimbola
- Vários sites sobre o assunto.
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