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terça-feira, 29 de dezembro de 2015

A importância da palavra de Ifá na nossa vida

Òrúnmìlá, é o testemunho do nosso destino na terra.  O escolhido por Olódùmarè para que viesse testemunhar a criação.
Ele é o detentor de toda a sabedoria dada por Olódùmarè, para auxiliar os seres humanos na caminhada na terra.
Somente ele conhece o destino de cada ser e por esse motivo é capaz de orientar, aconselhar ou até mesmo, através do Orí e do livre arbítrio, mudar esse destino.
Através de seu Oráculo Ifá leva a palavra de Deus aos quatro cantos do mundo.
Toda existência está contida no Corpus de Ifá, que é formado por 16 Odús principais, que combinados entre si, formam os 256 Odús.  Ifá nos ensina que a base de nossa religião está no conhecimento e no estudo.  Se entendermos que a sabedoria é importante para nossa fé, vamos entender a nossa verdadeira essência energética e o propósito dessa escolha para o nosso destino, sempre colocando como base de tudo isso, a palavra de Olódùmarè através do Oráculo Ifá, pela sabedoria de Òrúnmìlá e pelas mãos e interpretação do Sacerdote de Ifá.
Por essa razão, a boa interpretação da palavra de Ifá, é essencial para o entendimento das mensagens.  Para isso, é preciso que a honestidade, o caráter e a entrega espiritual do Sacerdote sejam impecáveis.
Para cada Odú, existem inúmeros Itans (versos) que o descreve.  Diante do que eles falam, o Sacerdote interpreta a mensagem.
A cada dia, a energia se modifica, e com isso, as orientações de Ifá também.  Portanto, é importante que se cumpra as orientações do Oráculo imediatamente, para que a energia não se dissipe.
Ao inicio de cada ano, é importante que se consulte o Oráculo Ifá, para que possamos ter conhecimento do que o destino nos reserva durante aquele ano.
Isso não impede que se faça consultas ao oráculo durante todo o ano, afinal, como já mencionei acima, a energia se modifica, a cada dia aparecem novas situações, e que precisamos de orientação para sabermos lidar com elas.
Inicie o seu ano com a palavra de Deus na sua vida.  Consulte Ifá, e saiba o que a vida lhe reserva.
Òrúnmìlá tudo sabe a respeito de cada um, a sua sabedoria e sua inteligência, são emanações de Olódùmarè, então, siga seus conselhos e orientações.
E seja Feliz !


Erelú Iyá Òsún Funké, Iyanifá Fun Mi Lolá

(Fatima Gilvaz)




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segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

ÀBÍKÚ


Se uma mulher, em país Yorubá dá à luz uma série de crianças natimortas ou que morram em baixa idade, a tradição é que reze, porque não se trata da vinda ao mundo de várias crianças, mas de diversas aparições do mesmo ser (para eles, maléfico) chamado àbíkú (nascido para morrer), que vem a terra por um breve momento e volta ao mundo dos mortos, Òrun (o céu), várias vezes.  
Ele passa assim seu tempo, a ir e voltar do céu para a terra sem jamais permanecer aqui por muito tempo, para grande desespero de seus pais, que desejam ter o filho vivo.
Encontramos informações a respeito dos àbíkú em vários itans de Ifá.  Esses itans mostram que os àbíkú formam sociedades chamadas Egbé Òrun Àbíkú, presididas por Ìyájansà (mãe que bate e corre) para os meninos e Olóìkó (chefe da reunião) para as meninas.
A primeira vez que os àbíkú vieram para a terra foi na cidade de Awàiyé, e lá se encontra a floresta sagrada dos àbíkú, onde os pais de àbíkú fazem oferendas para que eles fiquem na terra.  
Quando eles vem do céu para a terra, os àbíkú passam os limites do céu diante do guardião da porta, Oníbodé Òrun , seus companheiros vão com eles até o local onde se dizem até logo.  Os que partem declaram o tempo que vão ficar no mundo e o que farão. Prometem a seus companheiros que não ficarão ausentes durante muito tempo, essas crianças apesar de todo os esforços de seus pais, retornarão, para encontrar seus amigos no céu.
Os itans de ifá nos dizem que podem ser feitas oferendas capazes de reter na terra esses àbíkú e de lhes fazer esquecer suas promessas de volta, rompendo assim o ciclo de suas constantes idas e vindas entre o céu e a terra. 
As crianças àbíkú devem, no sétimo dia a partir do nascimento, se forem meninas, ou no nono dia, se forem meninos, e se for o caso de gêmeos, o dia será o oitavo, passar pelo ritual de Ìkómojáde, quando recebem um nome específico que desestimule sua volta ao Òrun.
Em um outro itan , fala-se dos Saworòs, anéis com guizos, usados nos tornozelos das crianças abikú,  para afastar os companheiros que tentam vir buscá-los na terra lembrando-lhes suas promessas. 
Seus companheiros não aceitam assim tão facilmente a falta de palavra dos àbíkú, retidos na terra pelas oferendas, encantamentos e talismãs preparados pelos pais.  Nem sempre essas precauções e oferendas são suficientes para reter as crianças àbíkú sobre a terra.   A Sociedades dos Àbíkú, muitas vezes não permite que essas oferendas tenham efeito, colocando tudo a perder.  Nesse caso, os àbíkú são atraídos à força para o céu.  Os corpos dos àbíkú que morrem assim, são freqüentemente mutilados.  A fim de que percam seus atrativos e seus companheiros no céu não queiram brincar com eles, maltratados desse modo, o espírito àbíkú perde o desejo de vir a terra. 
Até que a criança complete nove anos, sempre próximo à data do seu aniversário, determinadas oferendas são feitas e depois repetidas até que o àbíkú complete dezenove anos.  A criança deverá usar roupas, enfeites e cores específicas, seu nome deve ser mudado ou a ele acrescentado outro, de forma que aconselhe ou suplique que permaneçam na terra.  Guizos em quantidade devem ser presos a seus brinquedos, roupas, tornozelos e pulso, pois o som dos guizos faz bem ao àbíkú e afasta os amigos do Céu.  São usados banhos e chás, para pacificar a criança, e efún para acalmá-la.  Também são usadas misturas de ervas com a qual se protege a criança e se prepara um amuleto, que o àbíkú carregará por toda a vida.  O corpo da mãe também deve ser protegido e esfregado com folhas, para que ela não atraia uma nova criança àbíkú.
A freqüência com que se encontra, no país yorubá, nomes específicos àbíkú em adultos ou velhinhos que gozam de boa saúde, estes são chamados àbíkú Agba, mostra que muitos àbíkú ficam no mundo graças a todas essas precauções, a ação de Òrúnmìlà, e a intervenção dos Bàbáláwo.  
Quando um Babaláwo identifica o àbíkú em gestação, dá inicio à uma série de rituais para que a criança "fique" no Aiyé, e não retorne ao Òrun, caso contrário a criança "retornará precocemente". Ele, o àbíkú, será sempre merecedor de um trato especial quanto aos rituais, principalmente em casos de iniciação, onde, um Sacerdote despreparado poderá causar sua morte.
 
Não pode-se afirmar até que idade identificamos um àbíkú.  O que é necessário é que se identifique o mais precocemente possível, para que haja tempo de se precaver com os devidos rituais.  Senão Ikú cumprirá seu trabalho.  Mas, quando o fato da criança vir e voltar ao Òrun, repete-se constantemente, e é identificada uma nova gravidez, a família já toma providências de imediato. 
Existem 4 tipos de Àbíkú:
Àbíkú Inòn:  São àbíkú do fogo, extremamente violentos “comendo a cabeça de sua mãe ao nascer”. É um dos mais difíceis de ser tratados, geralmente apresentam uma depressão que quando não tratada se torna irreversível.
Àbíkú Omi:  Este é o àbíkú, que nasce de 6, 7 ou 8 meses de gestação , explodindo a bolsa d ‘agua de sua mãe.  Morre precocemente.  São mais ligados aos avós do que seus próprios pais, geralmente seu retorno se dá entre 3 e 5 anos , na maioria das vezes por afogamento, tuberculose, desidratação ou cólera. 
Àbíkú àiyé :  Este, segundo as tradições Yorubá é o àbíkú da terra, é o mais usado na comunicação entre os sacerdotes e parentes com os outros àbíkú ,que constantemente o chamam de volta.  Nasce, geralmente, por cesariana de emergência ou parto normal complicado.  São nervosos com tendências neuróticas.  Seu retorno se dá através de queda de alturas, doenças cúltaneas e órgãos digestivos ,entre os 4 e 8 anos.  
Abiku fééfé :   São àbíkú do vento com características especiais no seu meio de convívio, sempre se destaca em qualquer ambiente.  Seu nascimento é inesperado e não planejado.  É fácil de lidar e manter sua instabilidade emocional, aproveita bem as delicias da vida, e devido a sua relação com Èsù e Oyá pode ser salvo na hora de seu retorno.     
Itans de ifá falam que oferendas feitas com conhecimento de causa são capazes de reter no mundo esses àbíkú e de lhes fazer esquecer suas promessas de volta, rompendo assim o ciclo de suas idas e vindas constantes entre o céu e a terra, porque, uma vez que o tempo marcado para a volta já tenha passado, seus companheiros perdem o poder sobre eles.

Em país Yorubá, os pais, para proteger seus filhos àbíkú e tentar retê-los no mundo, podem se dedicar a certas práticas, tais como fazer pequenas incisões nas juntas da criança e ali esfregar atin (um pó feito com favas e ervas e rezas e magias) ou ainda amarrar à cintura da criança um ondè (talismã feito desse mesmo pó, colocado num saquinho de couro).
Nos dias de hoje, quando morre uma criança ainda muito nova, há muita possibilidade de ser um àbíkú que está voltando ao "céu", bem como persiste a probabilidade de voltar em um próximo filho, ainda na mesma geração ou na próxima; quando uma criança fica muito doente e corre risco de vida, pode averiguar na família se já houve caso de aborto ou morte prematura, isso é bem provável.
O aborto é uma situação que transcende a ingerência das pessoas, pois é algo ligado diretamente à interrupção da natureza, e consequentemente do Criador, esse ato pode escapar da lei dos homens, mas não à lei Divina. Este é o porque de nenhuma religião na terra apoiar ou permitir o aborto.

Trabalho de pesquisa a vários autores:
- Willian Bascon
- Wande Abimbola
- Vários sites sobre o assunto.



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domingo, 27 de dezembro de 2015

O Verdadeiro Espírito de Natal

 

Natal significa nascimento.
O Espírito de Natal significa paz, alegria, fraternidade e generosidade. 

 

Quero sentir no ambiente a mensagem viva desse dia mágico, toda a família unida, num único propósito - A Harmonia.
Quero saber se você conseguiu doar alguma coisa do que lhe sobra, para quem tem tão pouco ou às vezes nada.
Quero ver aí dentro de você a preocupação com aqueles que esperam tão pouco.
Quero ver o Espírito de Natal em Pais que conseguem tempo para os filhos, em amigos que se reencontram para conversar, no respeito ao próximo, na gentileza, na paciência, na mão que apóia, no ombro amigo.
Quero ver o Espírito de Natal invadindo as ruas, respeitando e implorando  por cuidados tão simples.
Quero ver o Espírito de Natal no enfeite que a bondade faz no rosto das pessoas generosas.
Por fim, quero ver o Espírito de Natal definitivamente na sua vida, através do abraço fraterno, da oração sentida, do prazer do sorriso franco, do desejo sincero de ser feliz e, de tão feliz, não resistir ao desejo de fazer outras pessoas também felizes.
Deixe o Espírito de Natal invadir a sua alma, abrace-se à sua família e façam alguns minutos de silêncio, para uma oração do coração, que vai subir aos céus, e retornar com um presente eterno e duradouro: um suave perfume de paz, amor, harmonia e a eterna esperança de que um dia todos os dias serão como o dia de Natal, com o Espírito de Natal vivo em nossas vidas.
Não podemos esquecer que o Espírito de Natal simboliza um momento de renascimento da fé e de reafirmação de compromisso com a paz, com a solidariedade e com o amor pelo próximo. O Amor Universal !

A generosidade é algo maior que o poder econômico.  Podemos oferecer gratuitamente amor, atenção, solidariedade e principalmente respeito, aprendendo a olhar as pessoas que estão à nossa volta como seres humanos, não apenas enxergando seus defeitos, mas as suas qualidades e potenciais.

O Natal de verdade não precisa de presentes, nem de belas roupas, nem de uma grande ceia.  O Natal de verdade é tempo de partilha e de união. O Natal é recomeço, é a noite para fortalecer e reafirmar os laços, a fé e a esperança. 
Deixe o Espírito de Natal entrar na sua vida, e deixe-o sempre vivo em seu coração.  O Natal pode ser todo dia!

O verdadeiro Natal é vivido em clima de Esperança. 
De cabeça erguida...   Apesar dos problemas que nos cercam....
De vigilância para perceber os sinais da presença de Olódùmarè (Deus) entre nós ...
E Vigilância significa colocar Olódùmarè (Deus) sempre em primeiro lugar na vida.
Quer dizer viver a realidade com o olhar voltado para o futuro.

Quão é importante os momentos em família, momentos de união...
O importante é seguir em frente acertando e melhorando, seguindo em paz;
Somos seres humanos falhos, e cheios de erros, que precisa pedir ajuda para transformar;
O tesouro maior que temos é a nossa fé, por isso não devemos nos desviar do caminho;
Então, vamos reservar essa data, para agradecermos por tudo o que conquistamos durante todo o ano, pela saúde, pela família, pela prosperidade...
Agradecer o ar que respiramos, o sol que nos aquece, a chuva que fertiliza a terra para nos dar o alimento e principalmente por estarmos vivos.
Que Olódùmarè (Deus) traga bençãos, paz, luz e união para nossas vidas
E assim, fazer valer o verdadeiro sentido do Espírito de Natal.

(Fatima Gilvaz)
 Árvore de Natal
O Pinheiro simboliza a vida e a longevidade, pois é uma das poucas árvores que sempre se mantêm verde, mesmo durante o inverno, quando a maioria das árvores perdem as folhas.

O Natal Existe
(Edson Borges)

Quero ver
você não chorar
não olhar pra trás
nem se arrepender do que faz...

Quero ver
o amor vencer
mas se a dor nascer
você resistir e sorrir...

Se você
pode ser assim
tão enorme assim
eu vou crer...

Que o Natal existe
que ninguém é triste
e no mundo há sempre amor...

Bom Natal
um Feliz Natal
muito Amor e Paz pra Você...
PRA VOCÊ.




terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Ancestralidade 


Culto aos Antepassados - os Egúngún
Os Yorubá, assim como os demais povos africanos, crêem na existência ativa dos antepassados.  Para eles a morte não representa simplesmente o fim da vida humana, mas a vida terrestre que se prolonga em direção à vida além-túmulo, em algum dos nove espaços do òrun (céu), no domínio dos seres desprovidos do èmì (O sopro da vida).   Assim, a morte não representa uma extinção, mas a mudança para uma outra fase.
A morte é denominada Ìkú, e trata-se de uma divindade masculino.  Ìkú (a morte), é visto como um agente criado pôr Olódùmarè para remover as pessoas cujo tempo no àiyé (terra), tenha terminado.  Sua lógica é para as pessoas mais velhas, que devem viver até uma idade avançada.  Pôr isso , quando uma pessoa jovem morre, o fato é considerado tragédia;  pôr outro lado, a morte de uma pessoa idosa é motivo para se alegrar.  
Para os Yorubá, existe um mundo em que vivem os homens em contato com a natureza, o nosso mundo, dos vivos, que eles chamam de àiyé (terra) e um mundo sobrenatural, onde estão os òrìsà, outras divindades e espíritos, e para onde vão os que morrem, mundo que eles chamam de òrun (céu).  Quando alguém morre no àiyé, seu espírito, ou uma parte dele, vai para o òrun, e de onde pode retornar ao àiyé, nascendo de novo, reencarnando. Os espíritos retornam à vida, na comunidade familiar tão logo possam.  Os espíritos dos mortos ilustres (reis, heróis, grandes sacerdotes, fundadores de cidades e de linhagens nobres) são cultuados e se manifestam nos festivais de Egúngún no corpo de sacerdotes mascarados, quando transitam entre os humanos, julgando suas faltas e resolvendo as contendas e pendências de interesse da comunidade.  A  família é o suporte fundamental, e guardiã das regras necessárias para a conduta individual e coletiva, a espiritualidade impregna a comunidade, o homem, as coisas, a natureza, e é um código cuja a aplicação é zelada pelos Àgbà (anciões), que desempenham papel de biblioteca viva no sentido de sabedoria ancestral, toda esta ordem da vida comunitária é regulada e mantida também através dos Egúngún que nestes casos atuam como fiscalizadores da família e do bom andamento da vida.    
O encaminhamento do espírito, depois dos rituais realizados, corresponde a passar de volta pelo portão de Oníbodè (porteiro do céu) em direção a Olódùmarè, para receber o julgamento de seus atos na terra. De acordo com o òrun ao qual foi destinado, continuará a exercer suas funções familiares, agora de modo mais poderoso sobre seus descendentes que a ele continuam a se referir como bàbá mi (meu pai), ou ìyámi (minha mãe). 
Ao seguirem para o òrun, os ancestrais são libertos de todas as restrições impostas pela terra;  dessa forma, adquirem potencialidades que podem ser usadas para beneficiar seus familiares que ainda estão na terra. Pôr essa razão, é necessário mantê-los num estado de paz e contentamento.
Quando dissemos que existe um culto ao ancestral, queremos dizer que uma manifestação de relacionamento familiar indestrutível entre o membro da família que partiu e seus descendentes que aqui ficaram.  
O Òrun (céu) é dividido em espaços para acomodar todos os tipos de espíritos. São em número de nove, segundo as tradições Yorubá:  
Òrun Alàáfià: Espaço de muita paz e tranqüilidade, reservado para pessoas de gênio brando, ou índole pacífica, bondosa, pacata.
Òrun Funfun: Espaço do branco e da pureza, reservado para os inocentes, sinceros, que tenha pureza de sentimento, pureza de intenções.
Òrun Bàbá Eni: Espaço reservado para os grandes Sacerdotes e Sacerdotisas.
Òrun Aféfé: Espaço da aragem, reservado para as oportunidades e correção para os espíritos, possibilidades de reencarnação, volta ao àiyé.
Òrun Ìsòlú ou Àsàlú: Espaço reservado para o julgamento por Olòdùmarè para decidir qual dos respectivos òrun o espírito será direcionado.
Òrun Àpáàdì: Espaço reservado para o lixo celestial, das coisas quebradas, para os espíritos impossíveis de serem reparados e restituídos à vida terrestre.
Òrun Rere: Espaço reservado para aqueles que foram bons durante a vida.
Orun Burúkú: Espaço ruim, quente como pimenta", reservado para as pessoas más.
Òrun Mare: Espaço reservado para aqueles que permanecem, tem autoridade absoluta sobre tudo o que há no céu e na terra e são incomparáveis e absolutamente perfeitos, os supremos em qualidades e feitos, reservado a Olódùmarè, todos os Òrìsà  e divinizados.
Os mortos são encaminhados a um desses espaços após o fator decisivo do julgamento divino.  O juízo final fica a cargo de Olòdùmarè, decidindo quais são os bons e quais são os maus, e os encaminham para o respectivo òrun.  O julgamento é baseado nos atos praticados na terra e devidamente registrados no Orí inú, que retorna para Olódùmarè. 
Somente quando se é absolvido pôr Olódùmarè é que se tem a oportunidade de reunir-se com seus ancestrais, podendo-se reencarnar e nascer dentro da mesma família.
Se alguém, porém, é condenado, vai para o Òrun Àpáàdi, onde irá sofrer com os maus.  E quando finalmente for libertado, não terá a oportunidade de viver uma vida normal, será condenado a errar, pôr lugares solitários.
Através do culto aos ancestrais, os Egúngún, é  reconstruída a origem, etnia e memória.  Essa memória, enraizada na herança africana, cresce com força total, a ancestralidade mítica e histórica, marca a existência de uma forte comunidade. É na memória e no culto aos antepassados  que essa comunidade se afirma.  O místico e o sagrado  manifestam-se através  de um complexo sistema  filosófico e simbólico  que se expressam através de uma rica liturgia.  Neles se continua e se renova o culto  das entidades sagradas, a tradição  dos òrìsà e dos ancestrais ilustres, Egúngún.
Além da Sociedade Gèlèdè , existe também na Nigéria a Sociedade Orò.  Orò é uma divindade  considerado o representante geral dos antepassados masculinos e cultuado somente por homens. Tanto Ìyámí quanto Orò são manifestações de culto aos mortos. São invisíveis e representam a coletividade.  Outra forma de culto aos ancestrais masculinos é através da  "Sociedade Egúngún".  Esta têm como finalidade celebrar ritos a homens que foram figuras destacadas em sua sociedade ou comunidade quando vivos, para que eles continuem presentes entre seus descendentes de forma privilegiada.
Egúngún é a materialização da morte sob tiras de pano, e o contato, ainda que um simples esbarrão nessas tiras, é prejudicial.
Em sua comunicação com os seus familiares ele usa uma voz forte e grossa,  denominada de séègì, não podemos esquecer que a palavra é a memória viva na África, afinal a tradição oral é a grande escola da vida , é através dela que os Egúngún se comunicam com seus descendentes, e transmitem seus ensinamentos, pois quando morre um ancião, é como se uma grande escola se perdesse.
A aparição dos Egúngún é cercada de total mistério.  O Egúngún simplesmente surge  causando impacto visual e usando a surpresa como rito.

Trabalho de pesquisa a vários autores:
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quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Ìwà Pèlé - Caráter


Caráter é um conjunto de características e traços relativos à maneira de agir e reagir de um indivíduo.  É a firmeza e a coerência de atitudes.
O conjunto das qualidades e defeitos de uma pessoa é que vão determinar a sua conduta e a sua moralidade, o seu caráter.
Uma pessoa vista como "sem caráter" ou "mau caráter", geralmente é qualificada como desonesta, pois não apresenta firmeza de princípios ou de moral.  Por outro lado, uma pessoa "de bom caráter" é alguém com formação moral sólida e incontestável.
Caráter, na psicologia, é o termo que designa o aspecto da personalidade responsável pela forma habitual e constante de agir e reagir em situações da vida, peculiar a cada indivíduo, pois é o conjunto dos traços particulares: o modo de ser, sua índole, seus hábitos, seus vícios, sua natureza, suas virtudes, seu temperamento, seu gênio e humor; sendo esses,  resultado de progressiva adaptação do individuo às condições ambientais, familiares, pedagógicas e sociais.
O caráter de uma pessoa pode ser dramático, religioso, especulativo, desafiador, covarde, inconstante...  Existem inúmeras variações.
As culturas antigas costumavam pregar que, uma pessoa com índole confiável, era uma "Pessoa de caráter forte".  Quando o caráter, presença inerente no ser, é forte, significa que por mais maravilhosos ou recompensadores os caminhos possam parecer, há sempre um sentimento de alerta, que indica aquele como um caminho errado, mesmo que no momento pareça o correto.
Escolher qual o caminho a seguir e quais conseqüências irão advir, só o caráter pode identificar, no momento que as decisões, de trabalho, amor, relações sociais, escolares, de amizade..., são tomadas.
O caráter faz ver além, nas conseqüências dos atos de hoje, e não pode ser adquirido ou estudado ou mesmo aprendido.
Desde os primeiros dias de vida, uma pessoa já demonstra sinais de seu caráter. Isso não quer dizer que uma pessoa que nasça com mau-caráter vá necessariamente desenvolver atitudes sempre contra a moral vigente; a educação que ela recebe influencia em suas escolhas.  A partir deste princípio é que uma pessoa constrói seus certos e errados.

Dentro do Culto Yorubá, Ìwà Pèlé é o caráter de cada um e a base de tudo a ser seguido.  Os princípios do Culto Yorubá levam ao caráter reto.  Sendo esse, primordial para que o individuo consiga seguir suas escolhas.

Os Yorubá, tem por costume a formação de várias Sociedades.  E a Sociedade Ogboni é fundamentada em cima do bom caráter, do caráter reto.  Onde não se pode cometer injustiças, traições, mentiras...  Deve-se preservar  o Ìwa Pèlé, o Bom Caráter e a lealdade, acima de tudo.
A importância posta, pelos Yorùbá, no princípio de Ìwà Pèlé mostra que as religiões tradicionais africanas são baseadas em profundos valores morais.   

Para ter uma vida próspera, a pessoa deve desenvolver seu Ìwà Pèlé, que representa o crescimento da beleza interior e a profundidade de caráter.  Por nossas ações e interações, demonstramos que estamos em harmonia e equilibrados com os conceitos universais e tradicionais da vida, o que mostra nosso respeito a tudo aquilo que faz parte da Criação. Ìwà Pèlé abrange a importância da responsabilidade e as conseqüências que vêm de positivo ou negativo em nossas ações.

Ìwà Pèlé é considerado pelos Yorùbá como a representação do bom caráter e está relacionado com a capacidade prática de provocar mudanças de energia.  Na religião tradicional Yorùbá isso é de suma importância, já que o caráter do homem demonstra seu coração  e Olòdúmarè (Deus), o qual é chamado de “O buscador de corações”, vai em busca de nossos corações analisando-o sempre.

Ìwà Pèlé é o que caracteriza uma pessoa sob o ponto de vista ético.  Para ser feliz uma pessoa deve ter Ìwà Pèlé, pois quem tem bom caráter não entra em choque com os seres humanos, nem com os poderes sobrenaturais. Esse é o mais importante dos valores morais Yorùbá, e a essência da fé consiste em cultivá-lo.

As ações diárias ou o viver cotidiano são produzidos pelo subconsciente, isso não é mais que o reflexo dos feitos, pensamentos e atitudes da vida. Uma pessoa em harmonia com a vida, está de acordo com o princípio universal e recebe de uma maneira acelerada as coisas boas.  O bom caráter é um escudo de proteção suficientemente sólido contra qualquer acontecimento, por mais duro, difícil ou extremo que pareça.  Há um provérbio africano que diz: "Um bom caráter é armadura suficiente contra qualquer acontecimento desfavorável na vida, qualquer um que tenha um bom caráter não precisa temer nada".

Ifá diz: "O bom caráter é a salvaguarda do ser humano, os covardes e temerosos carecem de proteção devido à sua moral e caráter”.
Alguns aspectos do caráter humano são amplamente explorados pela palavra de Ifá, afim de garantir as bênçãos dos Imortais.  Alguns desses aspectos,  muito importantes, são as virtudes comportamentais consideradas sagradas para Ifá. 

No Odú Ogbe'Sá, fala-se dos três primeiros passos que devemos dar para atingir o Ìwà Pèlé, o Bom Caráter:
- Praticar a verdade;
- Praticar a retidão;
- Fazer o bem.
Os passos seguintes,são:  a paciência, o valor e a impecabilidade.

Ifá diz que para atingir Ìwà Pèlé, devemos ser iniciados na Sabedoria da Natureza.  Uma vez iniciados, se revela a nós a voz de Orunmilá, o Mestre, que recebeu os escritos de Olódùmarè.

Todo indivíduo deve empenhar-se para ter Ìwà Pèlè, com o objetivo de ser capaz de ter uma boa vida num sistema dominado por muitos poderes sobrenaturais e em uma sociedade controlada pela hierarquia das autoridades. O homem que possui Ìwà Pèlé não colidirá com nenhum dos poderes, sejam humanos ou sobrenaturais e, desta forma, pode viver em completa harmonia com as forcas que governam o Universo.

Está implícito no Mau Caráter o desejo de chantagear, a necessidade de oprimir e o prazer de reprimir, isso sempre visando algum tipo de vantagem, mesmo que seja o prazer de se sentir algo que ele jamais será, é como se um gato se olhasse no espelho, imaginando ser um leão.  Em sua pretensão, as garras e os dentes assim como a juba são frutos da sua imaginação, a arrogância com quem não consegue reagir e as armas por ele usadas demonstram a covardia nele contida, caracterizando um comportamento doentio e repulsivo.

Trabalho de pesquisa a vários autores:
- Willian Bascon
- Osamaro, Mr. Cromwell - A Obra completa de Òrúnmìlá, a sabedoria divina.
- Wande Abimbola
- Vários sites sobre o assunto.
- Ifágbaíyin Agboolà
- Psicologia do caráter


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quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Complementando a excelente pesquisa realizada pela Iya Osun sobre Òrúnmìlá.
Vou compartilhar um pouco sobre Òrúnmìlá e sua historia em nosso planeta.

Òrúnmìlá é a divindade da sabedoria divina para os Yorubá, Supremo Oluwo do Universo,  e ele era conhecido como THOTH no Egito antigo, o Deus da sabedoria, magia e escrita. THOT para os antigos egípcios era o senhor da sabedoria universal .  THOT quer dizer “serpente" e naquele tempo a serpente era o símbolo da sabedoria e do conhecimento.  Era conhecido pelos gregos como HERMES o trismegisto, que queria dizer que ele era “três vezes grande” o maior sacerdote, o maior filósofo e o maior rei.

Mas a origem até hoje conhecida e/ou revelada vem de Atlantida, Òrúnmìlá no ano 52mil antes de cristo iniciou sua vida neste planta e governou Atlantida entre 52mil e 36mil antes de cristo.  Ele era conhecido em Atlantida sob o nome CHIQUETET ARLICH VOMALITES. Chiquetet  não era um nome e sim um título que queria dizer “buscador do conhecimento”. Ele foi o responsável pela evacuação dos grandes mestres e almas de Atlantida à época de sua destruição  e ajudou esses grandes mestres na construção de civilizações ao redor do mundo levando  a espiritualidade e elevação da consciência através do antigo conhecimento sagrado a vários povos. Òrúnmìlá peregrinou pelo mundo, passou pela Índia, arábia e ajudou a fundar colônias de Atlântida juntamente com as grandes almas remanescentes daquela civilização, como os mais, aztecas e principalmente o grande Egito. THOT, Òrúnmìlá, ajudou a erguer a fantástica civilização do Egito, ergue a grande pirâmide e nela depositou grande parte das suas anotações e segredos e consagrou guardiões destes segredos que se tornaram os maiores sacerdotes do antigo Egito. Entre essas anotações e segredos estão as famosas Leis Herméticas, retiradas do livro Caibalion, que por sinal deram origem à Cabala hebraica.  As 12 tábuas de esmeralda também são atribuídas a THOT e nelas segundo os grandes ocultistas e pessoas que tiveram acesso a elas através da historia estão gravadas segredos da alta magia, da alquimia e da transmutação da consciência.  As Leis Herméticas de tão profundas e sábias deram origem à infinitas ordens e sociedades secretas.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Òrúnmìlà, Babá Ifá


A palavra Ifá vem do verbo Fá (raspar) - o ato de usar os dedos para marcar os sinais de Odù no Pó Íyèròsùn - que é espalhado no tabuleiro de Ifá, o Opón  Ifá.
Òrúnmìlà, é aquele que vem logo depois de Olódùmarè, pois foi a ele dado o direito de  viver entre o Òrun (Céu) e o Àiyé (Terra) e, por este motivo, é também conhecido como Gbáiyé-gbòrun (aquele que está no céu e na terra).  Ele é o Èléri-ìpín, aquele que é testemunha do destino que escolhemos ou nos é dado no momento da nossa concepção e, por isto, somente ele, e mais ninguém, pode dizer sobre o nosso futuro. 
Ele é sempre lembrado como uma pessoa franzina, este é o porque da expressão Akéré finú Sogbón (Aquele que é pequeno, mas com a mente cheia de sabedoria ). 
Somente ao Oluwo (aquele que detém o segredo), Babalawo (o pai do segredo), e  Iyanifá (mãe do segredo), é concedido o direito de usar o oráculo Ifá, e para isso,  é preciso que sejam iniciados no culto de Òrúnmìlà, para que estabeleça a correta conexão para ter a perfeita recomendação daquilo que é necessário para transformar o nosso futuro.  

Òrúnmìlà abre a porta do além e comunica aos mortais os desígnios de Olódùmarè e dos outros Òrìsà e Ancestrais, através de intuições , premonições, sonhos, sortes, benefícios, mas também por inquietações, infortúnios, pesadelos e doenças que acabam por levar o fiel ao Oluwo (o que detém o segredo), Babalawo (o pai do segredo), e Iyanifá (mãe do segredo) em busca de uma palavra final.  

Ifá é a palavra de Olódùmarè dada a Òrúnmìlà quando manifestado no mundo. Òrúnmìlà é considerado a divindade da sabedoria e do conhecimento, responsável por compartilhar as mensagens de Nossos Anciões Antigos e nos permitir ter a nossa própria escolha (o livre arbítrio), de como será a nossa estada neste mundo.

Òrúnmìlà é o Mensageiro, o Profeta enviado por Olódùmarè para restabelecer o estado normal na terra.  Ele é considerado o primeiro Messias na terra.
Òrúnmìlà veio para terra como uma divindade, depois da criação, quando a humanidade ficou numerosa,  de forma que ele poderia os ensinar. Ele veio como um Messias com a mensagem de Olódùmarè para o mundo.   Essa mensagem é Ifá, a luz e  a orientação de Nossos Antepassados.

Ifá, é a soma da sabedoria suprema, a cosmogonia e a cosmologia, a vida e a morte, o nascimento da natureza, a visão total do mundo e da existência estabelecendo normas éticas que irão comandar as sociedades e os homens, e assim determinando uma conduta nobre diante de todas as forças que se formam contra o bem da humanidade, é a força que conduz a sustentação do planeta vivo.
Neste processo tão poderoso, aquele que for iniciado em seu Culto estará agregando a si uma permissão para obtenção de um poder muito maior perante Olódùmarè.   
Nem todos estão habilitados a carregarem em seu Ori, esta força que liga o ser com o Sagrado. Os Sacerdotes (Oluwo, Babalawo e Iyanifá), apoiados nos conhecimentos milenares, carregados por uma cultura de tradições, conseguem unir os elementos da natureza à energia vital de cada indivíduo, procurando o equilíbrio entre as forças espirituais e materiais de cada um, esta união da ciência com o mundo espiritual precisa de mentes sãs.

Fica muito claro que, para o iniciado no culto, a conduta é de suma importância, e que haverá a necessidade de muito domínio de suas emoções onde a humildade, a paciência, o caráter reto, a dignidade e a sabedoria, deverão ser superiores a qualquer tipo de vaidade, prepotência, arrogância e  ambição. 
Na África, existe a consciência plena dos compromissos que existem entre as forças da natureza e os homens, e que o verdadeiro bem não  está em usar estes poderes de uma forma inconseqüente, explicando-se assim sua simples forma de vida.  Os verdadeiros valores do homem não estão em sua conta bancária, mas em seu Ori, no uso da sabedoria adquirida não somente para o bem de si próprio, mas para manter o equilíbrio do planeta.
Quanto mais nos aprofundamos conseguindo entender a grandeza da sabedoria divina, mais distantes estaremos das banalidades, uma vez que a riqueza já está codificada dentro de nossa alma, é uma força sutil que nossa sensibilidade grotesca não consegue perceber, e como resultado não temos paz, felicidade e prosperidade.
Antes de qualquer compromisso com Ifá, a pessoa deve estar informada e preparada para assumir esta conduta.  A lealdade com o princípio Divino, estará acima de tudo.
Na lógica da religião Yorubá, Olódùmarè, nosso Deus maior, Onipotente e Onipresente dentro de sua imensa sabedoria, quando criou o homem à sua semelhança e perfeição e determinou sua vida na terra, nos deixou também uma forma para que pudéssemos conhecer a trajetória de nosso destino e desta forma minimizar nosso sofrimento. 
Enquanto seres desconectados do Eu Divino, sozinhos, não temos noção de nossas vidas, nem para onde ir, nem o que fazer diante das inúmeras situações que nos deparamos em nosso dia a dia.
Esta bússola que nos conduz a ir em direção daquilo que é o melhor é Òrúnmìlà, aquele que Olódùmarè permitiu que fosse a testemunha da criação de tudo o que existe na terra, portanto o "guardião dos segredos". 
Òrúnmìlà, é portanto, aquele que através do jogo divinatório Ifá, fala o seu passado, seu presente e seu futuro, é o código decifrado do destino individual de cada ser humano, que trazemos quando nascemos.

Sendo um culto específico onde os portadores desta sabedoria são chamados de Oluwo (o que detém o segredo), Babalawo (o pai do segredo), e Iyanifá (mãe do segredo).  Esses sacerdotes são pessoas escolhidas pela divindade através do oráculo Ifá, pois necessitam reunir em sua personalidade um caráter compatível com a missão que será desenvolvida, e onde não é permitido a traição, a falsidade, o orgulho, a vaidade, tendo que reunir uma forma de caráter muito especial, além da inteligência, para ser um iniciado.

Òrúnmìlà, ocupa uma posição única no panteão africano, através dele podemos decifrar o código secreto espiritual de qualquer ser humano, comunidade ou Nação, pois nele está inciso o segredo da criação.   Na ordem divina de Olódùmarè o espírito é eterno, e através de Òrúnmìlà, conseguimos obter a soma total de nossa existência, a nossa ligação com o Universo, e o destino que escolhemos quando nascemos. Ele é o diagnóstico de nosso Ori (Nosso Eu Superior), sabendo tudo o que aconteceu no passado, o que está acontecendo no presente e qual será o nosso futuro.  Òrúnmìlà é a tradução da sabedoria infinita de nosso Deus criador, aquele que tudo sabe, tudo vê, é o verdadeiro elo de ligação entre o homem e o seu criador.

A filosofia de Ifá é uma das mais antigas formas de conhecimento revelada à humanidade. Infelizmente as revelações de Ọrúnmìlá, têm sido desde o início dos tempos, escondidas no mais completo sigilo.  Tudo o que sabemos hoje de Ifá, tem sido passado de geração em geração.  O conhecimento de Ifá tem sobrevivido essencialmente pela tradição oral. 

Ọrúnmìlá é o melhor professor da eficácia da perseverança. Ele ensina que enquanto pode haver remédios que não sejam eficazes, não há paciência que fracasse em sobrepujar todas as dificuldades, porque as divindades irão ao final socorrer aqueles que perseveraram.

 Bibliografia:
-Trabalho de pesquisa a diversos autores sobre o assunto;
- Babá Prince Sola;
- A Obra Completa de Ọrúnmìlá - A Sabedoria Divina  -    Mr. Cromwell Osamaro.



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sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Olódùmarè


Olódùmarè

Olo: significa expansão e poder;
Dun: significa tempo e longevidade;
: significa criação dos quatro pontos cardeais do Universo,
representados pelos quatro primeiros Odù:
Èjìogbe Méjì - representando o fogo, o Sol.
Òyèkú Méjì - representando a água, a Morte.
Ìwòrì Méjì - representando o ar, a Transformação.  
Òdí Méjì -  representando a terra, o Renascimento.
Re: significa a estabilidade da força de realização, que nasce, cresce, reproduz e morre.

No sentido mais profundo que encontramos, ao analisarmos o nome de Olódùmarè, encontramos o significado de "Eu sou aquele que é" ; o nome designando o próprio ser, o ser das coisas em sua manifestação plena e em sua relação com o Universo.  A revelação do nome é extremamente significativa na propensão de Olódùmarè para a sua Criação.
Esse nome é único porquê contém todo o mistério, e representa toda a plenitude do nosso Universo e quando é pronunciado, nos leva a eterna busca da perfeição.  É o nome da Santidade transcendente, que exprime a presença dinâmica de Deus, todo Poderoso em Sua Criação e a fidelidade de sua assistência aos homens.
Para entender nossa relação com o Todo-poderoso, nós temos que nos lembrar de três pontos importantes:
           
- Todas as coisas neste universo foram criadas por Olódùmarè.

- Olódùmarè é a Fonte do “Ser”, sem a qual nós não poderíamos existir, ter vida, ser racionais ou "inteligentes".
   
- Olódùmarè é conhecido como o Determinador e Controlador do Destino. Nós estamos sob controle e governados, do princípio ao fim.  

Com exceção do dia que nascemos e o dia que é suposto que iremos morrer,  não há um único evento na vida que não possa ser previsto, mudado e necessário.   

Olódùmarè é a força criativa central.  Para os Yorubá, Olódùmarè concebeu o Universo em um êxtase de si mesmo.  Assim, podemos dizer que a criação tem suas raízes no futuro, pelo qual ele vive.  O mundo é inquieto porque foi criado dinamizado.  Criado assim, o mundo só pode existir em evolução. Sua perfeição aparece desde a origem. A criação se realiza numa ascensão espiritual progressiva, desde a matéria dita inanimada, até atingir, no homem, a dignidade da consciência, que está muito além da questão da cor de sua pele, ou sua raça.

Existe, para o Yorubá, por detrás das aparências e do mundo visível, um elemento inteligente, "racional", que regula, dirige, anima o cosmos, e que faz com que esse cosmos não seja caos, mas ordem.
Há, com certeza na origem do Universo, um impulso de pura consciência,  que é Olódùmarè.

Olódùmarè é um espírito infinitamente perfeito, que existe por si mesmo e de que todos os outros seres recebem a existência.  Olódùmarè é o ser sem semelhança. Por isso quando o nomeamos, apenas tangenciamos sua essência.

A existência de
Olódùmarè, mais que um pressuposto, é verdade fundamental, ponto de partida para qualquer discurso religioso.

É como se primeiro, reconhecêssemos a sua existência, depois procurássemos a ponte capaz de nos levar a ele, capaz de propiciar a religação com nossa origem.  Afinal, nas extremidades invisíveis do nosso mundo, abaixo e acima da nossa realidade, paira o espírito.

Nosso espírito e esse ser transcendente a quem chamamos
Olódùmarè, são levados a se encontrar.
No entanto, é natural, para todos nós, a idéia de que não podemos compreender Olódùmarè.  Na medida em que ele é infinito, princípio e fim de todas as coisas, encontra-se além dos limites humanos e de sua compreensão. Podemos, sim, conhecê-lo através de seus atributos e deduzir a sua existência através de suas manifestações no Universo e nas coisas criadas.

Somos levados, também, ao conhecimento de
Olódùmarè pelo que conhecemos e sabemos com clareza e precisão que Olódùmarè não é.  
Para crermos na existência de Olódùmarè e avançarmos em direção aos seu conhecimento é necessário que não comecemos por usar os caminhos da razão.  Olhamos e vemos; o mundo é um espelho a mostrar permanentemente a sua presença e grandiosidade, infinita e perfeita.

Diante do maravilhoso e fantástico espetáculo da Criação, a razão humana é capaz de caminhar até o conhecimento da existência do Criador. Em seus reflexos espalhados pelo Universo, ela pode adivinhar suas perfeições de poder, de beleza e de bondade, manifestos em cada ser e em cada elemento. Sua realidade objetiva e invisível manifesta seu eterno poder e sua divindade - torna-se compreensível, desde a criação do mundo, através das criaturas.

No Culto Yorubá podemos afirmar que
Olódùmarè  é único no céu e na terra, o Supremo sobre todos nós e o chamamos referindo-nos particularmente as suas características de "Senhor de todas as coisas", "o Soberano que está no Òrun", "Aquele que tem a máxima autoridade sobre tudo".

Olódùmarè pode ser conhecido por muitos nomes - afinal de contas, muitas são as suas particulares manifestações nos diversos momentos e planos da Criação, e assim, muitas vezes, ele é chamado de ÒLÓFIN ou OLORÚN.

Olódùmarè é na religião Yorubá o Deus Único, Supremo, Onipotente e Criador de tudo o que existe. Seu nome significa, "O Senhor, o qual é nosso eterno destino".
Olódùmarè é nossa máxima representação espiritual no universo, ele é o Arquiteto Universal da nossa existência nos mundos paralelos de Òrun e Àiyé.

Quando o mundo começou, havia convivência entre as divindades e os seres humanos, todos podiam ir ao Òrun e voltar quando desejassem. Não havia limitações entre o Òrun e o Àiyé.  Então, alguma coisa aconteceu e um extenso espaço surgiu entre o Òrun e o Àiyé.  A história do que aconteceu é contada de várias formas, e todas levam a um só motivo. O homem pecou contra o Poder Supremo e uma barreira se levantou. O privilégio da livre comunicação desapareceu em troca do diálogo indireto através das diferentes formas oraculares estabelecidas e legadas pôr Òrúnmìlà.

Não há escuridão que se propague se temos conosco a fé na luz de Olódùmarè.

Os Yorubá acreditam em um Deus supremo, OlódùmarèOlódùmarè é muito remoto ao Yorubá através de suas virtudes e dualidade.  Em outras  palavras,  Deus criou ambas as forças: “boas " e " más " e jogou no universo;  ele deu Àse (poder) para ambos os lados.  " Quando você falar quase " bom ", você já pressupôs " mal "".  Há sempre dois lados de toda história ou problema. 

Dentro de Ifá o cosmo é dividido em dois.  O lado direito está habitado pelos poderes sobrenaturais benevolentes e o lado esquerdo está habitado pelos poderes sobrenaturais malevolentes.  Os poderes benevolentes são os Òrìsà e as associações úteis deles/delas com o ser humano.  Os poderes malevolentes são as energias destrutivas do mau como Ikú (morte), Arun (doença), Òfò (perda), Èpè (maldição) e assim por diante.  Não há nenhuma coexistência calma entre estes dois poderes, eles sempre estão em conflito. 

"
Eu não tenho nada além daquilo que todas as pessoas têm, a única diferença entre mim e os demais é que eu acredito na presença de ``Olódùmarè´´ em minha vida e sempre o coloco à frente de minhas atitudes!"
Àse !

(Texto baseado no artigo de Sango Biyi )



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