ÁGUAS DE OBÀTÁLÁ
Águas de Obàtálá, complexo
e misterioso, é um dos rituais mais respeitados e tradicionais.
Esse ritual anual é de
purificação e de renovação, pode ser considerado um “rito de passagem”, o fim e
o começo, um novo ciclo. Reverencia a
água, que é fonte primordial da vida, que se apresenta em todos os rituais da
Religião dos Òrìsá, e é enobrecida no ritual de Orisan’lá.
Obàtálá representa a pureza, é o Rei do Imaculado, o Rei do Branco,
não existirá outra cor no ritual das Águas se não, o “Branco,” dentro do templo
e a todos que lá chegarem, a retidão e o silêncio tomarão conta do Àse,
tudo deverá estar limpo e devidamente cuidado.
É o inicio de um novo ano. Onde deixamos para trás as tristezas e
dificuldades. Para isso é feita a
lavagem de tudo no Àse e em nossa vida, para começarmos uma nova etapa,
um novo ano, um novo ciclo, de prosperidade e conquistas.
Tudo é lavado com ervas,flores e essências, para que seja
purificado, tudo é feito com adoração, reverência e respeito.
Obàtálá, Rei do pano branco, do sagrado, da pureza;
representa a moralidade espiritual. Senhor do silêncio, do vácuo frio e
calmo, onde as palavras não podem ser ouvidas.
Detém os segredos da criação e toda a magia que
envolve a vida e a morte.
É um ritual envolto em muita magia, conexão e
elevação espiritual.
Trata-se de um ritual de extremo respeito e adoração ao
Rei do pano branco "Obàtálá ".
Conta um Itan:
"Obàtálá devia ir na terra de Oyó visitar seu filho Sango.
Antes, porém, consultou Ifá para saber se tudo correria bem durante a viagem. Obàtálá foi aconselhado a não negar nada a
ninguém que lhe pedisse algo e mais ainda que levasse consigo sabão da costa,
obi e três roupas brancas.
Seguindo
caminho, encontrou por 03 (três) vezes Esu; que lhe pediu sucessivamente
para ajudá-lo a carregar na cabeça uma barrica de azeite de dendê, uma carga de
carvão e outra de óleo de amêndoas. As
três vezes, Esu derramou o conteúdo sobre Obàtálá. Mas este sem se queixar, lavou-se e trocou as
três mudas de roupas e continuou a viagem.
Obàtálá havia dado de presente a Sango um cavalo
branco, o qual havia desaparecido do reinado fazia bastante tempo. Os escravos de Sango andavam por toda
parte para encontrá-lo e eis que Obàtálá passando por um milharal, apanhou
algumas espigas de milho e ao mesmo tempo deparou-se com o cavalo perdido de Sango.
O cavalo também o reconheceu acompanhando-o.
Nesse instante, chegaram os escravos de Sango,
gritando: "Olé Esim Obá".
Que quer dizer: ”ladrão do cavalo do rei”.
Não
reconhecendo
Obàtálá, deram-lhe vários golpes e em seguida jogaram-no na prisão. Este, permaneceu 07 (sete) anos preso. Enquanto isso no Reino de Sango tudo
corria mal. Sango preocupado consultou um Babalawo,
que revelou o motivo daquilo tudo. Disse
o Babalawo a Sango: “Algum inocente paga injustamente em tuas prisões”. Sango, então, ordenou que os
prisioneiros comparecessem diante dele, reconhecendo ali seu pai. Enviou, então, os escravos vestidos de branco
até uma fonte vizinha para lava-lo, sem falar uma palavra, em sinal de tristeza,
e respeito. Depois, Sango, em
sinal de humildade, carregou-o nas costas de volta até o Palácio, onde com
muita alegria com o regresso de Obàtálá, ofereceu um grande banquete e
festa".
OBÀTÁLÁ
Òrìsá do branco
Òrìsá da pureza
Meu Oluwo, Orisalá
Que acolhe seus filhos
Em seu Alá
Pai da criação
Que está nas nuvens brancas
Na chuva
No sol
Em toda a imensidão
Ser imaculado
Que trás o sopro da vida
Que carrega o mundo nas mãos
É Obàtálá
A quem adoro e venero
A quem me entrego com o coração
(Erelú Iyá Òsún Funké, Iyanifá Fun Mi Lolá
Fatima Gilvaz - Miami 17/03/2017)
Trabalho de pesquisa por
OBÀALÁSE OLUWO IFÁSINA IFÁRUNAOLA (WILLER ALMEIDA)
Erelú Iyá Òsún Funké, Iyanifá Fun Mi Lolá (Fatima Gilvaz)
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- Autores:
. Ifayemi Elebuibon
. José Beniste
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