YEMOJÁ
Yemoja,
deriva de Yeye oman ejá - Mãe cujos filhos são peixes!
Na África, Yemoja é a deusa do povo Egbá, que outrora
habitava a região situada na bacia do rio Oshun, onde ainda existe o rio Yemoja,
por causa das guerras, os Egbá foram obrigados a migrar para Abeokutá. Lá, Yemoja ganhou nova morada e passou a ser
cultuada nas margens do rio Ògùn (não confundir com o òrìsà Ogún).
Seu templo se localiza na região de Ibara, em Abeokutá.
Em seus festejos anuais, a água é
retirada do rio Ògùn em potes sagrados, numa grande procissão de fiéis que
enchem as ruas da cidade, com cânticos e tambores.
Yemoja é uma divindade de rio, mas tornou-se associada aos mares,
após ter ido definitivamente viver com Olokun, no fundo dos oceanos. É
também no ponto de encontro do rio com o mar, nessas águas revoltas, doces e
salgadas, que vive Yemoja.
Também
tem seus domínios nas profundezas das águas, de onde emerge para atender seus filhos,
principalmente as mulheres. É o instinto
maternal, sempre pronta para amamentar as crianças sob seu domínio, é personificada como mulher com fartos seios
que nutrem o mundo.
Sabe
ser delicada, mas mantém-se de espada em punho para defender seus filhos.
Mãe
dos peixes, Deusa dos Oceanos, a grande mãe, que defende seus filhos e sua
família. Decidida e impetuosa, ela vai
até o fim em seus objetivos. Ela é a
suave espuma branca da praia, mas também é o Tsunami que passa por cima de
tudo, limpando e exterminando.
É
a que cuida e abraça seus filhos, mas é exigente e coloca ordem. Nada foge aos olhos de Yemoja, ela coloca
tudo na areia, para que seja visto e resolvido.
É também a protetora das famílias, aquela que faz com
que vivam em paz. Regente absoluta dos lares, é ela que ampara a cabeça
dos bebês no momento de nascimento.
A
deusa do mar e da lua, ela é o arquétipo de mãe. Como a que dá vida e sustenta a Terra, ela é
extremamente generosa e provedora de riquezas. É a energia criando tudo e todos. Mas como o oceano, quando ela está revolta,
pode ser implacável. Por isso, ela
representa a mãe que dá amor, mas não dá o poder. Yemoja também é a dona do subconsciente coletivo
e da sabedoria antiga, é a guardiã dos segredos que estão escondidos no fundo
do mar.
Yemoja
assumiu, o domínio dos mares junto com Olokun, em cujo movimento hora calmo,
hora agitado e revolto, tem representada a sua personalidade inconstante.
Para os Yorubá, Yemoja ou Yemowo (como também é chamada),
forma com Obàtálá, o primeiro casal divino.
Conta um Itan, que:
"Quando Yemoja veio do òrun (céu), para o àiyé
(terra), ao chegar descobriu que cada òrìsà já tinha seu domínio na
terra dos homens, e nada havia sobrado para ela. Queixou-se a Olódùmarè, que
disse a ela ser seu dever cuidar da casa de seu marido Obàtálá, de sua comida,
de sua roupa, de seus filhos. Yemoja se
revoltou. Ela não tinha vindo do òrun
para o àiyé para ser dona de casa e doméstica.
E tanto falou, tanto reclamou, que Obàtálá foi ficando perturbado, até
que finalmente enlouqueceu. Ao ver seu
marido neste estado, Yemoja pensou na atitude que Olódùmarè iria ter com ela
quando chegasse do òrun, e procurou os melhores frutos, o óleo mais claro e
encorpado, o peixe mais fresco, o iyan (inhame) mais bem pilado, um arroz bem
branco, os maiores pombos brancos, o obì mais novo, o melhor atare, ekuru
acabado de cozinhar, orí muito bom, os igbin mais claros, orogbô macio, água
muito fria, e com isso tratou a cabeça de Obàtálá. Ele foi melhorando com os ebós, e um dia ficou
completamente curado. Olódùmarè chegou
do òrun e foi visitar Obàtálá. Falou à
Yemoja que havia visto tudo o que acontecera, e deu-lhe os parabéns por ter
curado tão bem a cabeça de seu marido. Dali para a frente, Yemoja iria ajudar
os homens que fizessem más escolhas de orí, a melhorar suas cabeças, com uma
oferenda determinada pelo oráculo ifá, através do ritual de bori ".
Dona
de todos os Orí, por esse motivo é sempre invocada nos rituais de Bori. Ela nos dá a lucidez de nossas ações, mas também
pode nos levar para as profundezas obscuras do nosso Orí.
Yemoja
é a senhora da individualidade, e por essa razão está diretamente ligada ao
Orí.
Yemoja e Olokun, duas
poderosas forças espirituais. A majestade dos mares, senhora dos
oceanos, Yemoja é a rainha das
águas salgadas, suas águas abrigam um mundo fértil, e sustenta vidas ainda
desconhecidas, e provê o alimento dos povos desde o surgimento dos mares neste
planeta. Olokun, é todo o mistério dos
oceanos, das profundezas. É o poder das
marés. Representa o que o homem não consegue atingir. É a força desconhecida e
incontrolável dos mares. É a magia do
desconhecido e senhor da riqueza.
Olokun
de caráter compulsivo, misterioso e violento, é assustador quando irritado, mas
tem a capacidade de transformar. Na
natureza é simbolizado pelo mar profundo, ele é o verdadeiro dono das
profundezas, onde ninguém jamais esteve. Representa os segredos do fundo do mar. Também representa a saúde mental. Olokun é um òrìsá perigoso e poderoso no
culto Yorubá.
Yemoja trás para os seres humanos experiências e emoções que movimentam
a energia necessária para compor o equilíbrio emocional tão importante para a
continuidade da vida, superação dos obstáculos e problemas encontrados.
Ela
representa o próprio mar, da superfície ao fundo, com toda a sua imensidão e
energia, que independente da agitação da superfície, se mantém constante e
serena. Experiente e tranqüila, tem a
segurança e a perseverança em cumprir seus objetivos e missão. É defensora
inabalável de seus filhos. Yemoja, segue o movimento do mar de forma suave e
serena.
Yemanjá
(Chris Artése)
Luar se fez
Um raio prateado
Iluminando o céu
E as espumas do mar
Lindo clarão
A beira-mar
Vejo mamãe Yemanjá.
Lá vem, lá vem.
Junto com suas sereias
Nos abençoar.
Rainha Yemanjá.
Dona das águas
Tu és mãe
Oh! Janaina Odò Ìyà
Iluminai
Minhas profundas águas
Para eu decifrar
Mistérios de meu mar
Desse meu mar
De emoções
Rainha vem iluminar
Yemanjá
Princípio gerador
Amor fundamental
Tão puro e maternal
Yemanjá
Vem confortar
Oh! Janaina Odò Ìyà.
Trabalho de pesquisa por:
Obàaláse Oluwo Ifásina Ifárunaola (Willer Almeida)
Erelú Iyá Òsún, Iyanifá Fun Mi Lolá (Fatima Gilvaz)
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